quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Jornadas em Cachoeira do Sul-RS (1)

Com cerca de 90 mil habitantes e um dos municípios mais antigos do Rio Grande do Sul, Cachoeira do Sul é uma cidade acolhedora e agradável, cuja arquitetura lembra muito as de Laguna, Florianópolis e São Francisco do Sul (como veremos em postagens posteriores). Estivemos lá na primeira quinzena de dezembro (2008). Nos intervalos dos compromissos familiares foi possível obter alguns registros da região central e seus habitantes.


Vinícius Santos (12 anos), Anderson Machado (13) e
Ruan Pedro Soares (15), moradores de Cachoeira do Sul.


Praça Balthazar de Bem

Considerada a praça mais antiga da cidade, concentra em seus arredores a Catedral Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em 1799, que é oficialmente monumento histórico tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural (COMPAHC). Há também o edifício da Prefeitura Municipal, inaugurado em 1865 para sediar a Câmara, o Júri e a Cadeia, também tombado pelo COMPAHC (últimas três fotos).

Na parte central da praça está o Château d'Eau, inaugurado em 1925. Integrante do sistema de distribuição de água da segunda hidráulica construída na cidade, foi projetado pelos engenheiros Walter Jobim e Antônio de Siqueira. Guarnecido por estátuas de ninfas e de Netuno, o Château d’Eau é considerado o principal cartão-postal da cidade.

Encontram-se também na Praça Balthazar de Bem monumentos homenageando Antônio Vicente da Fontoura, importante vulto da Revolução Farroupilha, e Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, Prefeito Municipal e Secretário da Educação do Estado do RS, falecido em acidente aviatório no ano de 1957. (Informações de Mirian Ritzel, setor de Cultura da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul)










terça-feira, 30 de dezembro de 2008

José Fabrício das Neves (31)

José Felisberto, combatente (3)

Juca Perão e sua esposa Sebastiana (Vó Bástia).
Coronel Vivida-PR, 14 de dezembro de 2007.

Segunda parte da entrevista com José da Silva Perão (Juca Perão), filho de José Alves Perão (José Felisberto) e de Júlia Olímpia da Silva. A conversa aconteceu no dia 22 de julho de 2007 na localidade de Jacutinga (Coronel Vivida-PR), onde os Perão se refugiaram das perseguições. Presentes eu, Vicente Telles (sobrinho de Juca e neto do velho Perão) e o repórter-fotográfico Marco Cezar.

O senhor disse há pouco que seu pai "não tirava o José Fabrício da boca”. O que ele falava de José Fabrício?

Juca – Ah! Dizia que sempre nos combate sempre iam juntos, porque eles eram companheiros, eu não lembro, mas só tinha que ser, né.

Telles – Era companheiro do José Fabrício?

Juca – É, claro, é.

Telles – Sempre foi?

Juca – Sempre foi, sempre foi.

Telles – Então ele fazia parte daquelas cavalhadas lá... [ver foto abaixo]

Juca – Era cavalhada, claro, claro!

Telles – Fabrício tinha um monte, tinha um exército de cavaleiros junto com ele.

Juca – Ihhh! É, é! José Fabrício! Ele não tirava da boca. Todo que [tinha contato] com a lida dele, Fabrício tava no meio.

O senhor se lembra das lutas de que seu pai participava junto com o José Fabrício, além do combate do Irani?

Juca – Não. E o Fabrício eu não cheguei a conhecer também. [...]

O seu pai também participou da revolução do Gumercindo no Rio Grande do Sul?

Juca – Não, que eu saiba não. Eu só sei lá do Irani.

E ele tinha quantos anos quando faleceu?

Juca – Ele estava beirando os 90 anos.

Então ele tinha idade para ter participado em 1893.

Juca – Essa foi bem antes do Irani?

Sim.

Juca – Ah! Então participaram, participaram... Eu não lembro que ele falasse nessa, né. Mas participou com certeza.

Ele é de Passo Fundo também, não?

Juca – É, ele é... não sei de que região, não lembro também, não lembro.

Vimos registros no cartório de Irani indicando o sobrenome dele como Perón, depois mudou para Perão...

Juca - ...só agora que estão operando com o ão, mas meu pai e outros irmão do pai são Perón.

[...]

Juca - ...outra que ouvi contar que eles faziam, porque o velho meu pai só morou no sertão, no sertão do Irani, Concórdia e tal, então, quando nascia um filho, para ele não se esquecer, ele pegava um caderno, isso o Vicente sabe disso, tomava nota, ponhava o nome tal que queria, tomava nota do dia e a hora em que nasceu. Quando tinha uns oito ou 10 para registrar, ele ia em Palmas pra registrar, naquela época. [...] Era assim...

[...]

José Fabrício ficou com fama de bandido na região...

Juca – [Não era bandido] era um salvador do povo humilde. Salvava o pessoal miúdo, e o velho meu pai era a mesma coisa, acompanhava Fabrício. E mais outros por lá que era meio antigo, mas eu não me lembro hoje de tipo nenhum. De tipo nenhum eu me lembro mais. De outros que o meu pai falava, desse Fabrício.

Falava de Miguel Fragoso?

Juca – O que ele dizia de Miguel Fragoso? ...também, também, era amigo do peito dele...

Era do time.

Juca - ... era, era do time. Outro que morava no irani que até depois foi meu padrinho, o nome eu não lembro agora, ele falava muito...

...João Damas?

Juca – Não, não era... Agora eu fiquei mais ruim da idéia, dei mais uma cabeçada... Domingos Marcolino ou Antônio Marcolino, sei que era um Marcolino... daí, depois que carmô a tal revolução, todas elas, que eles começaram a se reunir, o meu pai me pegou e levou nesse Marcolino lá no Irani pra me batizar, né.

Telles – Antônio Marcolino, mas diz que era Rodrigues, chamam de Marcolino não sei porque.

O senhor se lembra de algum episódio em que José Fabrício tenha atuado como salvador do povo miúdo, que tenha ajudado?

Juca – O que ele fazia? Ele ia em todos os combate, encilhava os cavalos, e não saía um sem se reunirem todos eles, né. Ia em todos os combate, ajudava, e daí atendia aquele povo miúdo e iam pelear com os fazendeiros às vezes lá no...

Telles – Você está vendo aí a operação limpeza! Me diz uma coisa, tio: depois do combate de Irani, o Fabrício e os que seguiam ele, eles tiveram muitos combates isolados pelos sertão, uma briga aqui, outra lá, tudo porque tinha nego... uma inclinação, cara ruim, fazia justiça...

Juca - ... é faziam essa justiça...

Telles – E quando achava... Os bandidos também tinham a turma deles...

Juca - E eu lembro ainda que eles contavam: hoje tão campiando aqui, amanhã vão campiar... campiar no mato! Os tal que eles queriam. De repente a gente ouvia [tiros] saiu os tiro lá...

Telles - ...mas era com a polícia ou era só nos civis?

Juca - ... aí eu não lembro... Mas com certeza era a polícia contra os colono.

Telles - ...caboclos.

Juca – Contra o caboclos, justamente. E depois ficaram morando por lá muito tempo. Porque aqui em Vista Alegre, aqui bem pertinho, morreu um homem velho, que ajudou em todas as ronda. Chamava-se Sinfronho [Sinfrônio Honório do Canto, indiciado no Processo do Irani]... Esse então, quando ele ia pousar lá no meu pai às vezes, porque moravam longe naquela época, e viajavam a pé, eu gostava de escuitar os causos dos dois e um dia ouvi ele contar, ele contando pro véio, pro veio Perão. Diz: oh, aquele fulano lá, assim, assim, nós se encontramo só nós dois, de pelo a pelo, num carreiro, e quando ele puxou do revólver e atirou no peito dele e ele mandava nós vê a bala que ficou nas costas desse véio, e esse véio morreu... viveu até poucos anos aqui. Mas ele dizia: Mas também cum a minha espada da cabeça dele eu fiz duas. [risos] Ele levou uma bala no corpo, mas na cabeça do inimigo. Esse eu fiquei conhecendo bem ele depois aqui no Paraná.

Telles – Diz que muita gente veio para cá. Diz que eram levas e levas que passava por Passos Maia. Ali tem um vão que passavam, hoje o município de Passos Maia [SC] quer transformar aquele ponto num ponto turístico, contando a história dos fugitivos vindos daquela região do Irani para Coronel Vivida e região. Fecha tudo com o que eles me falaram lá.

[...]

Juca - ... veio corrido decerto, ainda tavam brigando, não sei... Família grande, chamada Varga [Vargas], e era do Irani, vieram a pé pelo mato e antes de chegar aqui, onde nós moramos hoje, ficou uma criança deles doente, no mato, e eles esperaram morrer, sepultar, para depois seguir viagem, né. Isso eles contavam até pouco tempo. E quando eles viram que não tinha remédio, que eles não achavam jeito de curar aquela criança, uma menina grande, diz que grandinha já, quando viram aí pararam... Moravam em Vista Alegre.

Telles – Veio muita gente... fuga da operação limpeza na década de 40, tinha a Sinhana Cordeiro, ela contava essas histórias, que os ataques enchiam os rios de cadáveres, não podia beber água e não podia comer carne de porco, porque só comiam cadáver, e todo dia um cachorro vinha pra dentro de casa com uma mão, um dedo, uma cabeça...

[...]

Juca - ...quando tavam no mato diz que eles tinham que assar a carona do cavalo que eles encilhavam. Assar, torrar, pra comer torrado... A carona, o pelego também, porque o pelego tem uma carne, o couro torrado dá pra pururucar!

[...]

Juca - ...naqueles pousinho miúdo [...] o véio Perão, o véio Fabrício, e esse tal de Sinfronho [Sinfrônio] aqui que eram os chefe, eles tinham que dar um jeito do povo comer, então quando achavam uma rês no trecho, por exemplo, então matavam, mas diz que era um aperitivo, né! Mas eles levavam mesmo controlado, eles não comiam demais, deixavam pra amanhã, podia não achar outra, não é mesmo? Mas é como eles sempre contavam: chegar a comer a carona assada é brabo né? Que tempo brabo a tal revolução, meu Deus do Céu!

(A terceira e última parte da entrevista com Juca Perão será postada no dia 1º de janeiro de 2009, quinta-feira)

Foto referida por Vicente Telles. É possível de José Alves Perão (José Felisberto), pai de Juca Perão e avô materno de Telles, esteja entre os integrantes do piquete. A frente, vestido de branco, está José Fabrício das Neves. A seu lado, montado, um menor, seu filho Afonso Antunes das Neves. Acervo: Reinaldo Antunes (Pinhão-PR).

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Imagens de Porto União-SC

Interior da antiga estação ferroviária.

Pinturas no interior do salão
paroquial da Matriz de Porto União.

Igreja Matriz de Porto União.

sábado, 27 de dezembro de 2008

José Fabrício das Neves (30)

Juca Perão e uma neta (Coronel Vivida-PR)

José Felisberto, combatente (2)

Na postagem anterior falávamos de nossa chegada na residência de José da Silva Perão, o Juca Perão, residente em Coronel Vivida-PR, e da calorosa recepção que eu, o repórter-fotográfico Marco Cezar e o músico Vicente Telles tivemos. Juca Perão é filho do falecido José Alves Perão (José Felisberto), companheiro do monge José Maria de Castro Agostinho e de José Fabrício das Neves no combate do Irani. Juca, tio de Vicente Telles, nos recebeu falando e sorrindo. Os principais trechos da entrevista realizada no dia 22 de julho de 2007 estão abaixo.

Juca – [...] eu tava brincando fora assim, de repente ouvi aquele barulho, eu olhava... quando vi aquele homem corri. Corri e daí ele riu, meu pai riu né, quando ele riu eu reconheci... E ele falou:

- Ta correndo de homem, relaxado!

Mas ai eu vi que era ele. Diz que tinha terminado a tal revolução, diz que tinha terminado, ele veio pra casa. E com certeza decerto tinha mesmo, eu não me lembro mesmo, com certeza tinha terminado porque daí ele ficou em casa, de repente vieram pro Paraná.

No dia que ele chegou decerto tinha terminado a tal revolução, porque ele veio com todo o armamento e depois eu não vi, eu era gurização, depois não vi mais, não vi [...], não vi briga, só vi ali onde é o cemitério do Contestado [Irani-SC], onde foi a última briga, que morreu sete, num combate. E ai fecharam de vara, a polícia, eu ia varando a cavalo eu vi assim, eu já sabia, tinha medo, piá tem medo dessas coisas né, eu tinha medo, fazia volta e ali onde é o cemitério hoje, é o que o Vicente conta e os outros contam. E depois, daí, quando foi ali... não lembro bem, no ano quarenta, ele ficou, ele ficou pelo sertão do Irani o veio meu pai, meio escondido, não sei quanto tempo, né.

E daí no ano 40 foi que ele resolveu vir embora, pro Paraná, porque a perseguição ainda tava meia boa [...] No ano 37 por ali foi a época que ficou uma temporada no mato, uma temporada grande mesmo... Daí, então, quando foi no ano 40 [....] tinha terminado decerto aquela bronca, ele parou uns tempos em casa, ele parou acho que um ano, mais ou menos...

Telles – Se cuidando...

Juca - No Sertão de Irani, lá embaixo, lá não sei onde é hoje...

Telles - Itá, parece.

Juca - De repente um dia ele apareceu e falou: olha temo que ir pro Paraná porque a turma anda atrás de mim de novo...

Telles - a operação limpeza...

Juca - ...é! E quando aí arrumemo a mochila até sair lá onde mora o Vicente já chegou mais uma escolta, lááá onde o velho morava, queriam [...]. E ainda tinha mais uma aqui que contavam, essa eu não vi, mas contavam que ficou com certeza ficou muita viúva e as tal viúva que tinham dinheiro, por exemplo, diz que davam pela cabeça do velho Perão, que levasse lá naquela época, iam [...]. E demais outros companheiros dele, do Fabrício, de mais esse e mais aquele.

Telles - ... do José Fabrício das Neves.

Juca – E daí foi o seguinte, daí que o velho Perão disse: “Vou levar a minha cabeça para o Paraná”. [risos] E veio no ano 40, nos era tudo gurizada [...]. Aquela viagem... hoje eu tô meio esquecido...

Foi em 1940.

Juca – Foi!

O senhor tinha quantos anos?

Juca – Eu tinha mais ou menos uns 13 para 14 anos [...] era gurização. E daí era o seguinte: era muita gente que acompanhou. Da família Perão tinha 22 pessoas, e acompanhou muitos coitado, muitos acompanhou, o velho trouxe. Eu puxava num cargueiro de piazadinha, não dava pra vim tudo a pé... A pé do Irani até aqui no falado Jacutinga... A pé uma grande parte, e outros [...] piazadinha de quatro cinco anos pra baixo arrumaram um cargueiro, aí ponhava dois dum lado, dois doutro, e tal! E daí eu piazão mais ou menos era o que puxava o cargueiro de criança. Quando chegou no Chapecó Grande, ali a porca torceu o rabo, como diz um causo. Por que... ninguém tinha dinheiro, pois era tudo corrido, e pra pagar a balsa pra todo aquele povo... não podia, não tinha jeito. Tinha um despraiado, um despraiadão, então o que dava pra varar por água varava... e eu com meu cargueirinho varei, né! Minha mãe... o velho Perão ainda varou, a pé, mas a minha mãe era mais velha não, tiveram que segurar.

Telles – Aquelas viagens que se fazia, passava pelo despraiado.

Juca – Esse passo era depois que passava no Irani no Chapecó Grande, mas ele era uma... Eu acho que dava uns 500 metros de largura, e varar aquilo a pé... E existia uma carroça, uma carroça com o genro [Alípio Cordeiro] do velho Perão. E viu, naquele tempo só existia carroça com eixo de madeira, por exemplo, né, e no vará, que era muita pedra, pedra alta, pedra da altura desta cadeira, e tinha que varar, porque não tinha outro lugar, uma bacia muito ruim, no tal Chapecó. Ai de repente, no meio do rio, não é que quebra o eixo da carroça? E daí? E aquele povo? Tinha que baldear aquele povo pro outro lado do Chapecó, e os que já tavam pra lá, mas era cedo, era 10 horas, começaram a fazer pouso! Foram fazer pouso lá, e tal, arrumar fogo e tal. Porque os pouso era sempre embaixo de árvore. Era difícil um fazendeiro dar um galpão, pra pousar como se diz uma comitiva daquela, que era uma comitiva grande, né. Lá um que outro dava, decerto eles conhecia, via que era povo que estava escapando, né, então dava pouso, às vezes até janta dava. A maioria era embaixo das árvores... Já tinha um irmão meu mais véio, que é filho do véio Perão, né, era o mais véio da turma, tinha um cavalo bom e tal [Miguel], então [...]

Então [...] numa altura pra cá, depois que ele... Tudo quando era pro almoço todo mundo era no acampamento, todo mundo almoçava então ele logo ele tocava na frente já pra arrumar um lugar praquele povo pousar. Meu irmão mais velho. E ele ia e depois contava: hoje eu arrumei um galpão. Então tudo bem! Ele arrumou um galpão.

Como vocês chegaram até aqui? Tinham terras? Tinham indicação de alguém?

Juca – Tinha indicação. Esse homem que era o dono da carroça, ele veio quando começou a revolução, era um homem inteligente, e tinha um recursinho, o Alípio Cordeiro... Ele então encilhou uma mula [...] lá e veio pro Paraná e achou aqui ó, aqui ó, até lhe mostro daqui... ele comprou terra... naquele morro lá... ele tinha recurso e naquele tempo não valia nada a terra aqui. Ele comprou bastante terra e aí foi lá e trouxe tudo, trouxe cunhado, trouxe sogro, trouxe todo mundo e colocou todo mundo aí. E existe agora de resto eu aqui e um irmão em Dois Vizinhos, o Nízio, e outro aqui, como é que... péra aí uma grande cidade de Santa Catarina, capital, Florianópolis, tem um mais novo do que eu, o Felisberto...

[...]

Ele e o José Bento, que era genro dele, dicerto iam morrer, porque os que foram lá morreram tudo no combate, né! Que foi uma emboscada né! E quando eles foram pegar os cavalos para encilhar pra sair, o cavalo do meu pai e desse genro dele tinham escapado e eles não puderam achar. Quando tavam campiando longe derrepente viram porrr-porrr-porrr tiralhada, né. Ai voltaram tinha sete morto. Então diz ele escapou porque o cavalo dele escapou...

Telles – No combate de Irani.

Juca – No combate de Irani!

Então ele não participou...

Telles - ...não, direto não!

Atuou na organização...

Juca - ...é, na organização.

E o que ele contava sobre o motivo desse combate?

Juca – Ah! Ele contava que era que nem ta sendo aqui, por causa de terra, de terra. O Governo queria tomar a terra dos colonhos, e ele se ponhou do lado dos colonho, né, e güentou o galho até que deu. Quando não deu mais, aí fez ele vir pro Paraná. Mas ele contava que era por causa disso. E eu lembro tão bem que lá no sertão do Irani tinha muito terreno lá, daí nos se escondemo lá, ele escondeu nós uma temporada lá. Mas ele não pousava em nenhum acampamento. Ele chegava à noite ele pegava uns [...] de fogo e ia pousar no pé de uma árvore. Porque se tinha acampamento a turma acho, né. E era por causa disso que eu ouvia falar na época. (Continua)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Museu Thiago de Castro (Lages-SC)

Fotos: Marco Cezar

Líder dos rebeldes no cerco a cidade
de Lages-SC, em 1914, Castelhano foi preso,
executado e teve as orelhas levadas como prova.

Bandeira dos caboclos do Contestado.

Homens que atuaram na defesa da cidade.

Cidade de Lages.


Saiba mais no blog da Associação
Amigos do Museu Histórico Thiago de Castro.